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domingo, 17 de fevereiro de 2013

MONOTONIA NO EVANGELHO NO LAR

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MONOTONIA NO EVANGELHO NO LAR

Pergunta — Aproveitando o seu raciocínio, gostaríamos de saber se a prática do Evangelho no lar não poderia cair nessa mesma tônica, isto é, não poderia ser um reforço para o autoritarismo dos pais, razão por que provocaria o afastamento dos filhos da religiosidade?

Divaldo Pereira Franco — Tudo é uma questão de metodologia. Da mesma forma que educamos a família, para nos sentarmos à mesa com hábitos que consideramos saudáveis, mantendo conversações dignificantes e estabelecendo momentos agradáveis, como devem ser os das refeições, do repouso, o Evangelho no lar deverá ser uma oportunidade de convivência afetuosa. Para tanto, faz-se mister quebrar a ritualística, estabelecendo um momento muito gentil de conversação edificante e de bem-estar; uma oportunidade de doce convívio familiar, evitando-se a monotonia, já que temos tendência natural para o ritualismo, que é uma forma de matar a criatividade.

 

Há pessoas que fazem o Evangelho no lar tão cansativo, que ninguém o aceita com satisfação.

A finalidade precípua é unir os membros da família em enternecedora convivência, propondo que os filhos sintam prazer em estar com os pais, desfrutando daqueles momentos.

Após uma prece rápida e leitura de texto evangélico, devem-se comentar os acontecimentos do dia, explicando-os à luz da Doutrina [Espírita], apresentando a interpretação de determinadas ocorrências do lar, de como teriam sido mais agradáveis se os métodos utilizados houvessem sido outros...

No que diz respeito aos métodos de ensino da Doutrina, a Federação Espírita Brasileira e os seus órgãos representativos, que são as Entidades Federativas Estaduais, oferecem uma programação excelente que deve ser conhecida dos pais, a fim de se informarem dos enfoques novos e próprios para o Evangelho no lar, atendendo às necessidades dos filhos.

O momento do Evangelho no lar é, sobretudo, de comunhão familiar das mais elevadas; e que ao terminá-lo se continue à mesa, conversando naturalmente, evitando-se transformá-lo em sessão doutrinária demorada ou de intercâmbio mediúnico desnecessário.

Livro:  Laços de Família - Seminário Formação de Equipes

          Para a Campanha "Viver em Família" (1994 - São Paulo)

            Autores Diversos, Divaldo Pereira Franco

            Edições USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Enganos das Separações–Igor Leopoldo\Pereira

 

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Enganos das Separações

 

Na atualidade as separações, divórcios e tantas outras formas que a nossa sociedade intitula este deplorável acontecimento ocorrem com tamanha facilidade e em tão grande quantidade, que até mesmo dentro da Doutrina Espírita encontramos em grande número espiritistas que de forma simplista aborda este assunto ao ponto de quem os ouve pode considerar ser um ato de conseqüências não dolorosas para a evolução espiritual do envolvido. É certo que no Espiritismo encontramos o seu apoio para tal atitude, mas apenas em casos extremos para que males maiores não ocorram.

No passado quando no Brasil esta ocorrência chamava-se desquite. Este ocorria em muito menor proporção, mas, principalmente pois este acontecimento era uma prática extremamente desonrosa para o sexo feminino e para os filhos deste casal. Mas não por isto os acontecimentos infelizes deixavam de ocorrer, proporcionando dentro da Lei de Causa e Efeito dolorosas reparações, atualmente, quando estes mesmos Espíritos se encontram novamente encarnados entre nós. E quem sabe mesmo, não sejamos nós um destes?

É por este motivo que o Espírito Pereira narra para nós a sua história para que sirva-nos de exemplo. Apesar de expor que não é sua pretensão ditar nenhum livro por menor que seja. Sendo estes escritos, segundo suas palavras, apenas algumas páginas despretensiosas que possam servir de aviso para todos nós.

Igor Leopoldo, 08/01/2012

Porto Alegre, RS, Brasil.

 

 

I – O barão Pereira

Como tantos outros portugueses de sua época, Pereira em ouvindo dizeres das terras prodigiosas e ricas do Brasil e em não tendo em Portugal recursos que lhe garantissem uma vida tranqüila, resolveu tentar a sorte em terras tupiniquins. E foi desta forma que chegou à Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, quando aqui era ainda governado pelo imperador, D. Pedro I.

Amália, viúva já há alguns anos, residia e trabalhava em seu pequeno mercado na Capital do Brasil. E foi desta forma que logo após a sua chegada ambos se conheceram e uma grande afinidade os uniu de forma muito prazerosa. E através do labor deste casal construíram ao longo de alguns anos uma condição financeira extremamente confortável. O que antes era um pequeno comércio, com o trabalho de ambos e a tenacidade de Pereira, os negócios prosperaram como nunca. Sendo que nesta época o Brasil já estava sendo governado pelo grande imperador, D. Pedro II. Filhos, não tiveram a oportunidade de ter. Mas a felicidade destes dois era tão grande e verdadeira que este detalhe não os incomodava. Viviam felizes e cuidavam amorosamente dos filhos que Amália em suas primeiras núpcias havia conseguido, visto que apesar de na época a medicina não detectar, Pereira não tinha as condições biológicas necessárias para ser pai.  Quando inesperada infecção pulmonar acrescida de febres altíssimas faz com que Amália desencarne de forma abrupta, deixando na Terra seus dois filhos aos cuidados de seu marido.

Nessa época os filhos já não eram tão iniciantes, já portando idade e formação para estudos mais avançados e, desta forma, menos de doze meses após a morte de sua mãe encontravam-se a caminho das escolas superiores, em Portugal. Sendo Pereira, sempre, um fiel e responsável coordenador das finanças da família, cuidando para que nada aos filhos de sua amada esposa, que também por sentimento, passaram a serem seus filhos também. Nunca lhes faltassem nada.

Após a morte física de Amália e com a partida dos filhos, Pereira viu-se sozinho e rico em terras cariocas. E em sua solidão e vendo-se um homem portador de considerável fortuna resolveu adotar para si uma nova postura perante a vida. Resolveu, assim, tornar-se um homem voltado às questões políticas, o que na época resumia-se em para si adquirir um título de nobreza. Sendo que no Brasil império ocorria de duas formas. A primeira, através do nascimento em família nobre e, em segundo lugar, através de pagamento de vultosos recursos financeiros.  E por não ser de família nobre, não lhe restou outra opção do que despender na aquisição do título nobre, vastos recursos. Sendo desta forma que se tornou o Barão Pereira. Mas teve por missão o de assumir função de coordenador político em terras do Sul do Brasil. E foi desta forma que em breve tempo, após vender as propriedades no Rio de Janeiro, ele aportou em São Francisco do Sul, no Estado de Santa Catarina.

 

II – Primeiros tempos em São Francisco do Sul

Logo após a sua chegada em São Francisco do Sul, reconhecendo a precariedade das condições dos habitantes da região. Iniciou a construção de obras que visavam uma melhoria na qualidade de vida. Após se estabelecer em espaçosa casa situada no centro desta cidade. Nada mais passou a ter importância para ele, a não ser a administração da região que o Imperador D. Pedro II havia lhe designado.  E desta forma surgiu o primeiro hospital, a estrada de ferro e outros feitos que propiciaram uma melhor qualidade de vida para aquela cidade interiorana de Santa Catarina. Mas que na época era o centro das atenções de vasta região devido aos acontecimentos sociais, inclusive da capital catarinense que na época era denominada de Ilha do Desterro. Posteriormente, Florianópolis.  E foi desta forma que ele adquiriu notoriedade e respeito.

Os anos passaram e o então Barão Pereira já contando com idade para a sua época, avançada. Tornava-se cada vez mais uma pessoa influente e poderosa. Quando ocorreu a apresentação de uma jovem literata, com verdadeiros dotes para as letras, apesar de ser de uma família de poucos recursos financeiros. 

Naquela época era comum aos homens dar o direito de terem casos fortuitos, fora do lar. Sendo que muitos deles acabavam fazendo outras famílias fora do casamento. E apesar de jamais apresentar para a sociedade, o Barão Pereira mantinha em seu sobrado uma mulher que lhe atendia aos seus desejos sexuais, em troca de apoio financeiro e moradia.

Houve por parte dele um renascer de seus interesses por aquela mulher literata. Não cabia a ela, segundo as suas concepções, condição outra senão a de se esposarem. Afinal de contas, ela era uma pessoa respeitada pela sociedade por seus dotes refinados. Além de ser uma agradável mulher. Faria bem ao seu orgulhoso status.

Juliana, a literata, contava com uma diferença de idade superiora há trinta anos para com o Barão Pereira.  Bem como era de conhecimento da sociedade a sua atração sentimental por jovem professor que ali estava a ensinar aos francisquenses. Mas se todos estes fatos impeditivos existiam, algo a mais do que simples atração havia entre ela e o barão. Afinal, ali não estava ocorrendo o encontro de espíritos desconhecidos, mas, sim, de almas que em múltiplas encarnações haviam tido a oportunidade de estarem juntas e errarem.

 

III – Desvendando rapidamente o passado

 

Em regressas existências estas almas encontraram-se e, como era comum no passado do Planeta Terra a predominância do homem sobre a mulher ocorreu.

Ali se encontravam dois espíritos que conviveram em uma mesma região, onde através da Igreja Católica Apostólica Romana, serviram como bispo e freira. E por não ser a primeira vez que se encontravam no palco planetário, através de manobras do bispo ocorreram dentro da mesma igreja os encontros amorosos que acabou resultando na gravidez indesejada. Gravidez, que para não tornar-se pública, através dos seus poderes mandou que ela fosse aprisionada. Fato este que culminou em seu falecimento e da criança. Sendo esta apenas uma das passagens em que aquelas almas errantes haviam se encontrado e, como sempre, errado.

 

IV – O poder do barão e a ambição desmedida

 

Dos erros próprios dos costumes de nossa sociedade, a Espiritualidade Superiora se vale e sempre se valeu para fazer cumprir ações necessárias e benéficas para a evolução de todos nós. Na época, os casamentos planejados pelos pais e não desejados pelos filhos era ato em voga.

Através de contatos entre o barão Pereira e a mãe de Juliana, acordo sinistro foi pactuado. Visto que através de pagamento de elevada quantia a mãe acabou concordando e abrindo todas as possibilidades para que este casasse com sua filha. Mas havia ali um motivo impeditivo, que vinha a ser o amor que Juliana nutria pelo jovem e garboso professor que ministrava aulas no único colégio existente naquela cidade.

Sentindo-se fortalecido e totalmente decidido a eliminar todo e qualquer impedimento. Barão Pereira resolveu atuar com sua força política local e, pouco tempo depois o professor era despedido de seu único trabalho e, desta forma, forçado a se retirar da Ilha da São Francisco do Sul. Sendo obrigado a trabalhar em longínquas terras, na Capital do Império.

Apesar de este artifício para eliminar o seu último problema, que vinha a ser aquele professor. Alma querida de Juliana. Uma grave falha que certamente Pereira iria ter de arcar com as conseqüências, senão no presente, mas no futuro. Houve em sua ação uma atitude amenizadora. Afinal, remontando o passado, observamos que o mais comum não era expulsar da cidade, da região, um desafeto. Mas, sim, eliminar a sua vida. Fato este que não ocorreu, pois não era em sua presente encarnação uma pratica que ele admitia.

 

V – O Casamento 

 

Após os preparativos e a imposição materna para que Juliana esposasse o barão Pereira. Com as bênçãos da igreja o casamento realizou-se com grande festividade. Como não era o casamento de nada menos do que do barão Pereira, extremamente bem-visto e estimado pela população. A festa teve direito de ser feita concomitantemente em duas frentes. Uma, no casarão do barão e a outra para o povo, em plena rua que rodeava a residência do casal. Foi um acontecimento que atraiu para São Francisco do Sul pessoas de todos os cantos. Iniciava naquele acontecimento uma história de tristes conseqüências.

Se Juliana havia cedido as determinações maternas, casando-se com aquele homem. Seu temperamento não aceitou passivamente uma convivência harmoniosa. Fazendo ser de pleno conhecimento do barão de suas simpatias e amores por aquele professor. Além do fato de em cidade próxima ser conhecidos os seus poemas em que com grande freqüência abordavam o seu amor perdido. Além do fato de relutar, na intimidade do casal, em atender os desejos sexuais de seu marido. E somando-se todos estes acontecimentos, ocorreu ao longo do tempo uma revolta em Pereira que o fez de forma explicita forçar Juliana a conviver sobre o mesmo teto, sem a ocultar, com a sua concubina. Afinal, pensava ele, que em não tendo de Juliana todos os seus desejos atendidos ela teria de suportar, então, a presença da mulher que o satisfazia plenamente, sempre que dele houvesse o desejo.

A sociedade francisquense da época observava através do jornal de cidade vizinha, em seus versos, a confissão de infidelidade de Juliana.  (Segundo os padrões morais da época) Mas, em respeito ao barão nada falavam e tratavam-na de forma como se nada estivesse acontecendo. Quanto aos procederes de Pereira, se sabiam, faziam questão de ignorar, mais ainda.

 

VI – A despedida de Pereira

 

Devido a diferença de idade exorbitante entre os dois, após longos anos de casamento e antecipado por acontecimento que gerou em Pereira a deserção da vida pública. Visto que no Brasil a república se instalou de forma toda equivocada, através de homens despreparados. Fato este que gerou tremendas dificuldades que ainda no Brasil contemporâneo sentimos. Poucos anos após a república instalar-se com o degredo de D. Pedro II, Pereira faleceu.

E se antes a sociedade francisquense e regional tolerava as ações de Juliana, seja através da escrita no jornal ou em sociedade. Agora ela passava a ser responsabilizada pela morte do grande benfeitor daquela cidade. Ao ponto dela se ver forçada a se trancar entre as quatro paredes do casarão, não mais tendo coragem de passear pelas ruas antes freqüentadas.

Ao tempo do barão, seguidor dos conceitos libertários dos escravos no Brasil, que D. Pedro II defendia abertamente. Anos antes de sua morte ele já havia alforriado todos os escravos de sua propriedade, mantendo apenas duas escravas, apesar de forma assalariada, para cuidar de sua esposa. Fato este que foi de extremada importância, pois, inesperadamente a mesma Juliana que antes desprezava seu marido, em sentindo a reação popular contrária a ela e a falta da proteção do barão, encerrou seus dias escrevendo poesias com pedaços de carvão nas paredes de sua casa. Totalmente enlouquecida!

 

VII – Encarnações perdidas

Como já exposto aqui, de acordo com os costumes e tradições da sociedade terrena há por parte dos orientadores espirituais a atenção de mesmo nas práticas hoje consideradas bárbaras, tal como encaramos os casamentos arranjados do passado. Para que destes acontecimentos, possam eles tirar proveitos para o nosso bem.

No caso de Juliana e Pereira, a oportunidade apresentada era a de que eles pudessem, finalmente, acertarem suas dívidas e galgarem posições espirituais mais elevadas e de forma definitiva.

Faltaram-lhes os necessários conhecimentos Espíritas, demonstrando esta realidade. Juliana se comprometeu antes da reencarnação em auxiliar Pereira a tornar-se uma pessoa melhor. E isto ela teria conseguido se houvesse envolvido o seu parceiro em maiores quantidades de amor e afeição. Ele, apesar do verniz social que mantinha, era um homem rude e totalmente voltado para as coisas da matéria.

Por fim, mesmo em se tratando da concubina do barão, faltou-lhe piedade. Afinal, com a morte do barão a primeira coisa que ela fez foi expulsá-la de casa para a sarjeta.

Referente a Pereira, houve oportunidades perdidas mas que devido ao seu grau de inferioridade apenas o tempo e as experiências reencarnatórias poderia facultar-lhe meios de reparação e conseqüente, evolução espiritual.

 

VIII – Reparações necessárias

 

Valéria após dias seu pai falecer, nascia em cidade do Estado do Espírito Santo. Nasceu em momento difícil para a sua família que apenas suportava um pouco melhor do que era esperado no restante da população, por ser possuidora de conhecimentos espíritas. Aos vinte anos, agora no Estado do Rio de Janeiro onde residia há alguns anos, encontrava em Otávio, Dr. Otávio. O antigo e querido professor da cidade de São Francisco do Sul. Ela, Valéria, era Juliana em nova veste física.

Aos seus quarenta anos de idade, através de um acidente aéreo teve a sua família reduzida pela metade. Otavio e seus dois filhos haviam neste acidente, falecidos. Ficara na Terra com outros dois filhos, em verdade, um casal. Sendo que Abel, nada mais era do que a reencarnação de Pereira. O barão Pereira.

Abel sempre foi uma criança problemática, atormentada espiritualmente e com graves problemas de saúde. Asmático de nascença e aos seus oito anos apresentando epilepsia, era a pessoa mais vigiada daquela família. Jamais podia ficar a sós, pois se inesperados ataques epiléticos ocorressem havia a necessidade de pronto atendimento.

Treze anos após o falecimento de parte da família, Abel conhece Eliza e uma ampla ligação fez-se naquele casal. Ele, com os seus vinte e seis anos e Eliza com pouco mais de dezesseis anos.

Eliza apesar da relativa pouca idade, em sendo de família de baixo poder aquisitivo, estudava em colégio público do Estado do Rio de Janeiro. Enquanto Abel, estudante universitário, aproveitando de um costume não mais praticado no Brasil, na época, inscreveu-se e começou a ministrar para o ensino médio cadeira da área das humanas. E após longos meses de espera e tentativas sem êxito, por fim, atraiu para si as atenções dele.

A forma com que os familiares e da própria Eliza agir, não era exatamente um procedimento comum. Afinal, tão logo iniciaram namoro e Eliza pôs-se a freqüentar e dormir na residência de Abel. Coisa que se na época já era costume em diversas nacionalidades, para o Brasil não era um padrão este procedimento. E efetivamente pôs-se a seduzir sexualmente de forma agressiva. Ela nada mais era do que o retorno ao campo planetário de provas e expiações da amante de Pereira.

As discussões acirravam-se cada vez mais entre Valéria e Eliza. Contudo, para não criar problemas com o filho, Valéria a contragosto cedia muitas vezes e fazia vista grossa para muitas ações daquele casal.

Catorze anos após a constituição do casamento entre eles. Ela que havia se lançado com todas as suas forças para conquistá-lo para si, abruptamente em um retorno de sua cidade natal, São José dos Campos - SP. Visita esta que se fez acompanhar pela única filha do casal, que na época contava com poucos anos de idade. Requereu o divórcio. Não suportava mais a situação vivida nos catorze anos de matrimonio.

Abel, por uma questão que apenas através dos conhecimentos da Lei de Causa e Efeito, por algumas vezes perdeu emprego. E mesmo quando empregado, seus salários eram módicos. E quando Eliza, com os seus parcos conhecimentos estudantis fez concurso para a Justiça do Estado, passou. E imediatamente, apesar de um trabalho simples, conseguiu atingir quatro vezes o salário do marido, que na época ocupava uma função na iniciativa privada de alguma complexidade. Contudo, as diferenças salariais praticadas na iniciativa privada e no estatal, eram grandes. Além disto, uma vez que se viu definitivamente livre da influencia de sua família e, agora, com liberdade econômica. E em não tendo em Abel as vantagens outrora existentes na época do barão Pereira. Resolveu retornar a velhos amores, na época em que residia em favela. Retirando, a princípio, da favela onde morou sua vida até os dezoito anos um de seus membros. O seu novo amor.

A princípio levou-o para residir em sua residência, que as suas condições financeiras permitiam. Para logo após alguns meses, retirando sua filha do ambiente agradável que residia. Impôs o retorno a mesma favela que outrora saiu. Em um processo de pleno desajustamento emocional e espiritual.

 

IX- Abel, finalmente!

Em reparação aos desmandos cometidos em seu passado, em especial após o divórcio. Abel viu-se por muitos anos na extrema penúria. Só não totalmente explicita, pois contando com a ajuda de sua mãe, Valéria, que nunca deixou a situação chegar a níveis graves. Hoje, um pouco mais reformado em seus sentimentos e conhecimentos espirituais. Melhorado pela luz da Doutrina Espírita. Após anos de dissabores encontra-se em início de melhoras significativas, no campo financeiro-profissional. Já não é mais um jovem, sendo um homem de meia idade. Fato este que também é decisivo, pois quando jovens, geralmente, as pessoas tendem a agir mais pelo impulso do que mesmo pela razão, através de pensamentos e sentimentos mais cristianizados. Mas para chegar a esta condição foram necessários anos de conflitos e dissabores, regados por muitas tristezas. Mas não é por isto que seja motivo de lamento, pois assim como o filho pródigo, Abel encontra-se em condições de marchar resoluto para a Casa do Pai.

 

X- Amália comunica-se e se dirige à Valéria

Sendo Abel, além de conhecedor da Doutrina Espírita, possuidor de dotes mediúnicos de boa qualidade. Em determinada finalização de uma das seções que em centro espírita em que faz-se participante, em parceria de sua mãe. Abel recebeu pelo canal mediúnico comunicação de um espírito feminino que lhe emanava sentimentos de muita ternura e amor. Mas que ao se dirigir à Valéria, igualmente estes doces sentimentos a procuravam e lhe envolviam. Era Amália, que após a encarnação que se encerrou em terras cariocas, nunca mais reencarnou. Pois a Espiritualidade Superiora, mesmo através de alguns pedidos seus, não na permitiram voltar a ocupar um novo corpo físico. E Amália, temporariamente, não necessitava reencarnar. E isto por uma razão simples, pois, além de Abel não merecer, havia a necessidade de ele reparar os débitos para com Valéria e Eliza. Algo que mesmo agora, na atualidade, não foi plenamente efetuado. Afinal, com Valéria, que igualmente sofreu por muitos anos ao lado do filho e não teve o merecimento de uma vida inteira com Otávio ao seu lado. As dívidas já estavam sanadas, ao menos em sua grande maioria. Mas no caso de Eliza, ainda, muito trabalho espera ambos, não nesta presente encarnação, mas em futura. Quando, finalmente, como filha querida de Amália e Abe, apesar de profundas deformidades físicas e mentais, eles iriam finalmente quitar as pesadas dívidas que ainda são possuidores.  

Amália se comunicou para a Valéria dirigir palavras de agradecimentos, dizendo: ”Mãe querida de todos nós, que aprendemos a assim amá-la. Agradeço a sua dedicação e apoio constantes para com Abel. Felizmente, com os esclarecimentos fornecidos pela família e o Espiritismo, muitos débitos foram pagos. Agradeçamos ao nosso Pai Maior”.

 

XI – Tormentos voluntários.

Quantos tormentos lançamos a nós mesmos cada vez que deixamos de praticar o bem e a caridade dentro e fora de nossos lares. Quantas vezes impedimos que o Deus de Amor e Misericórdia nos proporcione encarnações de grandes alegrias onde o nosso lema seja o de sermos úteis. Quanto tempo perdido!

Nascemos, cometemos erros e morremos para novamente ter de nascer em situações sempre piores... E se assim ocorre é para unicamente repararmos falhas que teimamos em fazer em cada retorno a Terra.  Até quando?

 

Considerações Complementares